domingo, 28 de fevereiro de 2010
Tanques artesanais de produção de sal
Na foto, um dos poucos tanques artesanais de produção de sal na entrada da praia de Upanema, em Areia Branca-RN.
Da esquerda para direita os artistas Anchieta Rolim (RN), Pedro Costa(RJ) e Zé Frota (SP).
Foto por Lenilton Lima.
Poesia Areia Branca de Deífilo Gurgel
Areia Branca
No princípio era a escola de D. Adelina
No princípio eram as Festas de São João
No princípio era o pastoril “Futurista”
Naquele tempo o “boi” vinha dançar
Em frente à casa de Júlio de Noca.
Naquele tempo vinham os “beijus”
E espalhavam na areia vermelha do cais.
Depois veio a saudade.
Como eu te amei, cidade do meu berço!
Quero vagabundar devo pelas tuas ruas.
Quero falar com tuas famílias de Camarões,
Corós, Baleias, Sanhoás,
Gatos, Camelos, Bribas, e Besouros.
Quero subir na torre de tua única igreja
E espiar lá do alto
Os navios que atracam no lamarão
Deixe-me pensar que ainda és a mesma
Deixe-me passar de olhos fechados
Pelo Beco da Galinha Morta
E não sabia que por trás da Barra
O mundo era tão grande.
Fragmento poético Areia Branca de Deífilo Gurgel do livro de sua autoria "Areia Branca: A Terra e a Gente." Natal–RN, 2002.
No princípio era a escola de D. Adelina
No princípio eram as Festas de São João
No princípio era o pastoril “Futurista”
Naquele tempo o “boi” vinha dançar
Em frente à casa de Júlio de Noca.
Naquele tempo vinham os “beijus”
E espalhavam na areia vermelha do cais.
Depois veio a saudade.
Como eu te amei, cidade do meu berço!
Quero vagabundar devo pelas tuas ruas.
Quero falar com tuas famílias de Camarões,
Corós, Baleias, Sanhoás,
Gatos, Camelos, Bribas, e Besouros.
Quero subir na torre de tua única igreja
E espiar lá do alto
Os navios que atracam no lamarão
Deixe-me pensar que ainda és a mesma
Deixe-me passar de olhos fechados
Pelo Beco da Galinha Morta
E não sabia que por trás da Barra
O mundo era tão grande.
Fragmento poético Areia Branca de Deífilo Gurgel do livro de sua autoria "Areia Branca: A Terra e a Gente." Natal–RN, 2002.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Projeto PretoBranco Residência Artística
A Residência
A presença do sal e do petróleo, na Região da Costa Branca modificou vertiginosamente a geografia do lugar, acentuando seus contrastes: rico/pobre, deserto/mar, ao mesmo tempo criando uma atmosfera híbrida de ambientes e paisagens. O fator econômico é uma determinante na criação de um perfil incomum e complexo, evidenciado pela presença da língua inglesa, o grande número de soropositivos, a prostituição, o reflexo da luz do sol nas pirâmides de sal, a luminosidade no trabalho provocando cegueira. A complexidade transparece na natureza: de um lado dunas, de outro sertão, do outro mar.
É nessa múltipla cadeia que se aplicará residência onde os artistas participantes farão intervenções poéticas, estéticas, arquitetônicas e sociais. Conectando o tempo do lugar com o tempo transitório e todas as questões de presença e impermanência.
Realizar uma residência artística onde o sertão encontra o mar, traz a possibilidade de recolocar a prática artística em questão, permitindo que, com o afastamento dos universos simbólicos das cidades e de seus conglomerados informacionais, novas experiências artísticas possam se constituir. A importância da vivência artística na forma de residência demarca uma das possíveis realidades da produção artística: a relação de colaboração e aprendizado coletivo entre artistas.
Elemento especial do projeto PRETOBRANCO - Residência Artística é a possibilidade de interação com a população e com a cultura local da comunidade e das cidades próximas. É interessante imaginar que as sensibilidades criativas surgirão de um sítio especial, novo como território a ser explorado e com o potencial de fazer nutrir novas relações para o sensível na atualidade.
A presença do sal e do petróleo, na Região da Costa Branca modificou vertiginosamente a geografia do lugar, acentuando seus contrastes: rico/pobre, deserto/mar, ao mesmo tempo criando uma atmosfera híbrida de ambientes e paisagens. O fator econômico é uma determinante na criação de um perfil incomum e complexo, evidenciado pela presença da língua inglesa, o grande número de soropositivos, a prostituição, o reflexo da luz do sol nas pirâmides de sal, a luminosidade no trabalho provocando cegueira. A complexidade transparece na natureza: de um lado dunas, de outro sertão, do outro mar.
É nessa múltipla cadeia que se aplicará residência onde os artistas participantes farão intervenções poéticas, estéticas, arquitetônicas e sociais. Conectando o tempo do lugar com o tempo transitório e todas as questões de presença e impermanência.
Realizar uma residência artística onde o sertão encontra o mar, traz a possibilidade de recolocar a prática artística em questão, permitindo que, com o afastamento dos universos simbólicos das cidades e de seus conglomerados informacionais, novas experiências artísticas possam se constituir. A importância da vivência artística na forma de residência demarca uma das possíveis realidades da produção artística: a relação de colaboração e aprendizado coletivo entre artistas.
Elemento especial do projeto PRETOBRANCO - Residência Artística é a possibilidade de interação com a população e com a cultura local da comunidade e das cidades próximas. É interessante imaginar que as sensibilidades criativas surgirão de um sítio especial, novo como território a ser explorado e com o potencial de fazer nutrir novas relações para o sensível na atualidade.
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